2009-05-03

Eleições: EUROPEIAS?

Ouvi na RTP 1 o debate que seria sobre as Eleições Europeias, mas não foi. O Dr. Vital Moreira abordou timidamente o assunto, mas logo o desviaram para a política interna, que devia ser discutida só para as Legislativas. A Dra. Ilda Figueiredo falou sobre o que considerava serem os erros do Tratado de Lisboa, mas não apresentou projectos alternativos concretos.

Mais recentemente ouvi o debate sobre o mesmo tema na SIC NOTÍCIAS. Começaram a falar na União Europeia e pensei que iria finalmente saber a posição de cada candidato sobre a UE e decidir racionalmente o meu voto. Enganei-me. Logo voltaram à política interna e, ao fim de algum tempo, desliguei a televisão.

Compreendo que num debate para as Eleições Europeias se fale sobre Portugal, mas não compreendo que a UE seja posta de lado e não apresentem propostas concretas e credíveis. Assim não sei se irei votar. Se o fizer não será em branco, porque receio as fraudes, mas talvez inutilize o boletim de voto.

Será que nas campanhas para as Eleições Autárquicas, Legislativas e Presidenciais vão discutir os resultados das eleições anteriores e fazer propaganda para outras eleições futuras, deixando-me novamente sem saber em quem votar?

António Alte da Veiga

«aalteveiga@gmail.com»

P.S.: Sugiro que os candidatos acompanhem o programa “Cuidado com a Língua”.

3 comentários:

  1. Não posso deixar de dar razão ao António. Todavia, a situação política em Portugal é de tal modo complicada que não podia deixar de se reflectir na campanha para estas eleições. Tem havido uma tentativa clara de evitar o debate político, em parte por culpa da oposição que o PSD, partido com clara responsabilidade no espaço político e social, não tem sabido fazer, mas também, em parte significativa pelo controlo claro que o actual governo tem conseguido fazer nos meios de comunicação social. Felizmente há alguns mais temerários que sempre vão trazendo ideias para um debate sério. Só que nós, portugueses, não estamos preparados para um debate sério e crítico, e estamos habitualmente desatentos ao que vai sendo dito em vários foruns e espaços de crítica. Somos mais sensíveis à propaganda e ao marketing político.

    Mas se esta é a situação, então não votar não é opção. Talvez votar no que entendermos possa defender melhor a verdade dos factos e a nossa plena integração num projecto europeu (ou não, pois temos de admitir que possa existir quem não defenda tal projecto) seja um opção, mas será certamente uma opção debater pelos meios ao nosso alcance esta situação pantanosa em que o nosso país caiu. E este blogue que pretende defender ideais cristãos, ideais fundamentalmente voltados para a solidariedade entre os povos e defesa da verdade, da partilha e da paz, possa ser um espaço para nos ajudarmos, a nós que já vimos aqui habitualmente e que nos conhecemos de outros espaços de debate, mas também a outros que se sintam atraidos pelo que aqui for dito.

    Um obrigado ao António por abrir este debate e um abraço amigo.

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  2. António9/5/09 09:49

    Agradeço ao Hugo o ter manifestado uma opinião contrária à minha, mas o apelo ao voto é só uma repetição da posição da Igreja e dos partidos.

    Considerando que:

    - o Parlamento votou recentemente por unanimidade um aumento de 5.500% (cinco mil e quinhentos por cento) para os partidos e o alargamento da subvenção do Orçamento de Estado;

    - todos os partidos recebem uma importância, que não recordo, mas igualmente paga pelos contribuintes, por cada voto depositado nas urnas;

    - esse dinheiro é malbaratado em favores, debates, no mínimo, despropositados e em propaganda (tal como os caríssimos outdoors), que só servem para convencer quem já está convencido da orientação do voto;

    - os partidos receiam mais a abstenção do que os votos brancos e nulos;

    é legítimo castigá-los com a abstenção.

    No caso das Europeias, acresce o facto de os partidos e os comentadores políticos afirmarem descaradamente que estas eleições são as primárias das Legislativas (só isso). E há quem se espante do alto abstencionismo esperado?

    Gostaria de ver no Regador mais comentários que me orientem, já que partidos e candidatos não o fazem. Só dispenso os comentários do anónimo – gosto de quem dá a cara, mas não gosto de tímidos e cobardes.

    António Alte da Veiga

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  3. Honestamente não tenho ainda uma posição muito definida. Não tenho simpatias pela pessoa de nenhum embora a apresentação do MEP como concorrente e com uma organização diferente me pareça de saudar (estou em crer que o MEP também tem sido diferente em termos do apoio recebido da comunicação social comparando, por exemplo, com o Bloco de Esquerda nos seus inícios). Eu às vezes via os debates da 2 com os Eurodeputados e aprecio por exemplo o trabalho de Carlos Coelho (do PSD) nomeadamente em relação aos voos da CIA. Mas repito, saúdo a entrada de um novo partido feito por iniciativa de cidadãos (já que falamos e bem da questão do financiamento dos partidos).
    Armando

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