2009-06-22

PEREGRINO EM JERUSALÉM - 2

Uma das visitas “obrigatórias” em Jerusalém é ao Museu de Israel onde se encontra o Santuário do Livro fundado em 1965 com o objectivo de peservar e de dar a conhecer os chamados Manuscritos do Mar Morto, também conhecidos como a Biblioteca de Qumrân.

Até 1947 os manuscritos mais antigos da Bíblia Hebraica (isto é, os textos primitivos da Bíblia) que se conheciam datavam a volta do ano mil da era cristã. Havia manuscritos mais antigos da Bíblia traduzida em grego e da Bíblia traduzida em latim, mas não da Bíblia em hebraico.

Em 1947, em várias grutas na zona de Qumrân, muito perto do Mar Morto, os beduínos descobriram centenas de rolos de manuscritos em hebraico, que foram datados cientificamente como sendo escritos entre o século III antes da era cristã até ao séc. I da era cristã. De entre esses manuscritos estavam numerosos rolos que continham a Bíblia completa em hebraico.

Esta descoberta foi importantíssima, pois tinham-se encontrado os manuscritos da Bíblia que passaram a ser de longe os mais antigos do mundo. Além disso, outros dessas centenas de manuscritos trouxeram muitas informações sobre o contexto histórico do judaísmo antigo no qual surgiu o cristianismo.

A Escola Bíblica de Jerusalém dos Dominicanos esteve intimamente ligada a esta descoberta e aos estudos que se seguiram, pois foi o padre dominicano Roland de Vaux (na foto a P&B) que foi encarregado de dirigir entre 1947 e1953 as pesquisas arqueológicas sobre as descobertas de Qumrân.

Nos laboratórios de arqueologia desta Escola, onde eu estou a passar estes dias de peregrinação, encontramos muitos testemunhos deste trabalho importantíssimo. Depois de ter admirado alguns dos rolos bíblicos expostos, pude ir em visita até junto da gruta n. 4 de Qumrân junto ao Mar Morto.

Frei Eugénio


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