2010-03-31

Abalo na Igreja - II

Recomenda-se:

Roma, cidade fechada

"Os escândalos recentemente conhecidos são apenas epifenómenos. Mas tão importantes, porque de tal maneira chocantes, que devemos não só denunciá-los com toda a veemência como explicar todos os contextos acima enunciados, que os tornaram e tornam possíveis.
"

Na semana da Páscoa


"É assim que Deus demonstra o seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós. Com muito mais razão, uma vez reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, havemos de ser salvos pela sua vida."
Rom 5,1-11

2010-03-27

Abalo na Igreja

Sobre a questão da pedofilia - que está a causar um abalo na Igreja Católica que não tem precedentes - é dada aqui por Anselmo Borges uma boa achega para a reflexão que urge fazer.

"O pior, no meio deste imenso escândalo, foi a muralha de silêncio, erguida por quem tinha a obrigação primeira de defender as vítimas. Afinal, apenas deslocavam os abusadores, que, noutros lugares, continuavam a tragédia.
Há na Igreja uma pecha: o importante é que se não saiba, para evitar o escândalo. Ela tem, aliás, raízes estruturais: o sistema eclesiástico, clerical e hierárquico, acabou por criar a imagem de que os hierarcas teriam maior proximidade de Deus e do sagrado, de tal modo que ficavam acima de toda a suspeita. Mas, deste modo, aconteceu o pior: esqueceu-se as vítimas - no caso, crianças e adolescentes, remetidos para o silêncio e sem defesa."

Outra contribuição para a reflexão é este artigo de António Marujo, no Público.

"A mês e meio da viagem de Bento XVI a Portugal, percebe-se que a crise continuará a revelar mais casos. Como em todas as histórias, percebe-se que também há interessados em atingir a credibilidade da Igreja. Mas esta tem que ser a primeira a reflectir o porquê dessa aversão e a procurar razões no seu interior – uma atitude própria desta Semana Santa que os cristãos hoje começam a viver. O cerco à volta de Ratzinger também continuará. Será, por isso, um Papa ferido aquele que virá a Portugal. Talvez rodeado por grupos interessados prioritariamente em defender a instituição dos “ataques” – já correm textos nesse sentido na Internet, em blogues, em mails…

Convém não esquecer que foi a preocupação pela defesa da honra da instituição que levou ao actual estado de coisas. Só uma atitude purificadora e aberta à mudança permitirá à Igreja recuperar a credibilidade perdida nesta crise. Os cristãos chamam a esse acontecimento ressurreição. E celebram-na no próximo domingo."


A maior crise da Igreja Católica dos últimos 100 anos - Mundo - PUBLICO.PT

2010-03-26

A vida questiona o Evangelho de Domingo de Ramos, 28 de Março

Giotto di Bondone (1267-1337), Scenes from the Life of Christ: Entry into Jerusalem, 1304-06,
Fresco, 200 x 185 cm, Cappella Scrovegni (Arena Chapel), Padua

Lc 19, 28-40
Naquele tempo, Jesus seguia à frente dos seus discípulos, subindo para Jerusalém. Quando Se aproximou de Betfagé e de Betânia, perto do Monte das Oliveiras, enviou dois discípulos e disse-lhes: "Ide à povoação que está em frente e, ao entrardes nela, encontrareis um jumentinho preso, que ainda ninguém montou. Soltai-o e trazei-o. Se alguém perguntar porque o soltais, respondereis: ‘O Senhor precisa dele’".
Os enviados partiram e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito. Quando estavam a soltar o jumentinho, os donos perguntaram: "Porque soltais o jumentinho?" Eles responderam: "O Senhor precisa dele". Então levaram-no a Jesus e, lançando as capas sobre o jumentinho, fizeram montar Jesus. Enquanto Jesus caminhava, o povo estendia as suas capas no caminho. Estando já próximo da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou a louvar alegremente a Deus em alta voz por todos os milagres que tinham visto, dizendo: "Bendito o Rei que vem em nome do Senhor. Paz no Céu e glória nas alturas!". Alguns fariseus disseram a Jesus, do meio da multidão: "Mestre, repreende os teus discípulos". Mas Jesus respondeu: "Eu vos digo: se eles se calarem, clamarão as pedras".

2010-03-25

Com um brilhozinho nos olhos...


Sinais de esperança:
"Se conseguirmos acertar em algumas coisas - imigração, padrões educativos, largura de banda, política fiscal - talvez nos safemos."

Fiquei com a sensação de que Alice Wei Zhao, da North High School de Sheboygan (Wisconsin), escolhida pelos seus pares para porta-voz do grupo, estava coberta de razão quando disse à assistência: "Não se preocupem com os problemas com que a nossa geração terá de se confrontar. Acreditem que o nosso futuro está em boas mãos."
Basta que não lhe fechemos a porta
.

Ver aqui o texto integral.

E aqui fica um breve retrato dos 3 vencedores do "
Intel Science Talent Search 2010"

2010-03-22

Custódia da Terra Santa

Acabo de receber este video em português com um noticiário que me parece que completa muito bem a entrevista do Patriarca.
É do noticiário da "Custódia da Terra Santa" dos franciscanos, que são os responsáveis da parte da Igreja Católica pelos Lugares Santos da Palestina há mais de 8 séculos.
Frei Eugénio

2010-03-21

3P's: Entrevista com o patriarca de Jerusalém

A voz não ouvida da Terra Santa

JERUSALÉM, segunda-feira, 15 de março de 2010
.
Ainda que os cristãos árabes sejam minoria na Terra Santa, poderiam ser uma ponte importante no conflito que dividiu a região durante tanto tempo, afirma o patriarca Fouad Twal.

O patriarca latino de Jerusalém lamenta, no entanto, que, dado que a comunidade internacional não os leva em consideração, o número de cristãos esteja diminuindo. Parte do problema, observa, é que o alto muro que cerca os territórios palestinos tornou quase impossível a vida diária de muitos.

Há aproximadamente 50 mil cristãos na Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental e Cisjordânia, com mais de 200 mil em Israel.

Nesta entrevista lança um convite aos 3 "P" (em inglês: oração, Projetos,Pressão).

- O senhor poderia nos dizer qual é a situação atual dos cristãos na Terra Santa?

Temos de recordar que o Patriarcado Latino abrange 3 Estados: Jordânia, Palestina e Chipre. Não é fácil falar sobre um Estado, porque a situação muda de um para outro. Como sabemos, no mundo há normalmente um Estado com muitas dioceses; em nosso caso, temos uma diocese dentro de muitos Estados.

O fato de que vivamos em conflito significa que as fronteiras entre os Estados criam problemas; cruzar as fronteiras significa problemas; designar uma paróquia a outra paróquia não é fácil. Precisamos de passes – autorizações – de Israel para nos movermos dentro desses três Estados, que fazem parte de um único patriarcado de Jerusalém.

-Como descreveria os sentimentos das pessoas em Jerusalém, na Terra Santa, especialmente os dos cristãos?

É uma cidade especial, uma cidade belíssima e uma cidade dramática na qual inclusive o Senhor chorou. E ainda estamos chorando. Todos querem que Jerusalém seja sua própria capital; e Jerusalém, para mim, deve ser a mãe de todas as igrejas, a mãe de todos os crentes, e não para um só povo.

É um prazer ver, por um lado, essas pessoas que vêm visitar os Lugares Santos e, por outro, é doloroso ver que a igreja local, os cristãos locais não podem sequer visitar esses lugares santos. Um pároco de Belém não pode trazer seus fiéis em peregrinação a estes lugares santos. A mesma situação ocorre em Ramallah, na Jordânia e em outras paróquias; não podem se mover com facilidade, com tantos pontos de controle e o muro que os separa.

-Esta é a questão-chave. A situação dos cristãos da Terra Santa piorou a partir da construção do muro?

Claro que sim, o muro separou as famílias. Não é somente uma questão dos Lugares Santos, mas também uma questão de famílias, de algumas famílias, alguns jovens que não podem visitar seus avós do outro lado do muro. Não podem ir ao seu sítio, ao seu jardim ou ao seu olivar, do outro lado. O problema é grande e não é uma questão somente dos Lugares Santos, mas de dignidade das famílias, da separação entre jovens e idosos. Não podem sequer visitar alguém que morreu do outro lado.

-O senhor viaja com um passaporte diplomático do Vaticano?

Sim. O problema surge quando temos de transferir algum sacerdote. Na Jordânia – a maior parte do patriarcado e a fonte dos nossos sacerdotes, seminaristas e freiras –, a questão sempre é se poderemos trazê-los à Palestina. Outra questão é a que tem a ver com nossos jovens seminaristas que estão em Beit Jala, perto de Belém: se poderão passar as férias na Jordânia, para ver suas famílias.

-Os cristãos se encontram entre os extremistas muçulmanos e os extremistas sionistas. Como encaixam os cristãos? Há uma sensação de agressão à comunidade cristã de ambas as partes ou o senhor acha que não?

Penso que esta dramática situação deveria fazer que levássemos mais a sério o Evangelho. No Evangelho, o Senhor diz: “Quem quiser me seguir, tome sua cruz e me siga”.

E este é o nosso “pão de cada dia”: carregar a cruz nos mesmos lugares em que Ele a carregou. E como cristãos, como minoria, se esta cruz vem dos judeus, dos muçulmanos, de nós menos, não importa. O fato é que não podemos viver na Terra Santa, não podemos amar a Terra Santa, não podemos trabalhar na Terra Santa sem a cruz, de forma que a situação do muro nos faz levar ao pé da letra o Evangelho. Ao mesmo tempo, no Evangelho, o Senhor diz: “Não tenhais medo, eu estou convosco, nunca vos deixareis sozinhos”.

-Disse que os cristãos árabes são como uma ponte entre o Oriente e o Ocidente. Qual é o papel deles, neste contexto?

Em primeiro lugar, conservar e respeitar nossa identidade, tanto de árabes como de cristãos; não podemos esquecer esta identidade. Como árabes, temos as mesmas tradições, temos a mesma língua e temos a mesma concepção dos muçulmanos. Podemos falar com eles. Sentimo-nos mais árabes que eles; havia árabes no Oriente Médio vários séculos antes da chegada do Islã e estamos orgulhosos de dizer que somos árabes e viemos do deserto. Eu digo isso com prazer e não tenho nenhum problema com isso.

Ao mesmo tempo, somos cristãos e temos uma cultura, e uma cultura cristã, uma cultura ocidental; e podemos ser e devemos ser um fator de moderação, um fator de reconciliação, um fator ou ponte entre povos em conflito. A questão é se a comunidade internacional nos aceita ou nos considera dessa forma. Este é o ponto.

Costumam se esquecer de nós. Costumam tomar decisões sobre o Oriente Médio sem pensar na pequena minoria cristã desta região. E costumam pagar o preço das suas decisões porque ninguém nos considera nem considera nossa presença entre uma maioria de muçulmanos e uma maioria de judeus.

-Se tivesse que fazer uma petição aos católicos, o que pediria para os cristãos da Terra Santa?

A petição é fácil: é a petição dos três grandes “pês” (em inglês).

Oração: pedimos que a Igreja do mundo inteiro – com suas comunidades, seus sacerdotes e seus fiéis – reze pela paz na Terra Santa, porque ainda acreditamos no poder da oração. O Senhor disse: eu vos darei a minha paz. A paz que o mundo, que os políticos não podem dar, ou que talvez não queiram dar, Ele nos dará. Esta paz significa serenidade, fé, amor e respeito por todos.

O segundo “P” é projeto: adotem, por favor, algum projeto social, religioso ou cultural. Podem adotar escolas, podem adotar seminaristas e podem adotar o patriarcado; podem e devem ajudar.

O último “P” é pressão sobre os governos, para alcançar a paz. Precisamos disso mais que de qualquer outra coisa. Precisamos da paz. Precisamos de um calendário que acabe com os postos de controle, com o muro; e temos de estar em paz com todos.

Queremos garantir a todos que, com as armas, muros e postos de controle, não haverá paz nem segurança. A paz e a segurança serão para todos ou não serão para ninguém. Nenhum povo, nem o israelense nem o palestino, pode ter uma segurança ou uma paz unilateral: ambos devem ter paz e segurança ou, de outra forma, continuarão se matando e nunca acabaremos com esta violência. E não queremos isso.

Queremos paz e segurança para todos: judeus, muçulmanos e cristãos.

* * *

Esta entrevista foi realizada por Mark Riedemann, para “Deus chora na Terra”, um programa semanal produzido pela Catholic Radio and Television Network (CRTN), em parceria com a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre.

Mais informação em www.aisbrasil.org.br, www.fundacao-ais.pt

2010-03-20

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 21 de Março

Jo. 8,1-11.

Jesus foi para o Monte das Oliveiras.

De madrugada, voltou outra vez para o templo e todo o povo vinha ter com Ele.
Jesus sentou-se e pôs-se a ensinar. 
Então, os doutores da Lei e os fariseus trouxeram-lhe certa mulher apanhada em adultério, colocaram-na no meio 
e disseram-lhe: «Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante adultério. 
Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres. E Tu que dizes?»
Faziam-lhe esta pergunta para o fazerem cair numa armadilha e terem de que o acusar.
Mas Jesus, inclinando-se para o chão, pôs-se a escrever com o dedo na terra. 

Como insistissem em interrogá-lo, ergueu-se e disse-lhes: «Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!» 
E, inclinando-se novamente para o chão, continuou a escrever na terra. 
Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher que estava no meio deles. 

Então, Jesus ergueu-se e perguntou-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?» 
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» Disse-lhe Jesus: «Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.» 


2010-03-19

EUA: Reforma da saúde divide católicos

Vale a pena ler esta noticia e reflectir sobre ela:

"La réforme de la santé, chère au président Barack Obama, divise profondément l´Eglise catholique. Les évêques sont contre le projet de loi, l´Association catholique de la santé y est favorable.
Au moment où la Chambre des représentants se prépare pour un vote final, la réforme continue de diviser l´Eglise catholique.
"Malgré le bien que le projet de loi veut ou pourrait atteindre, les évêques catholiques des USA estiment avec regret qu´il faut s´y opposer, à moins et jusqu´à que l´on fasse face à ces problèmes moraux sérieux", écrit le cardinal Francis George, archevêque de Chicago et président de la Conférence des évêques catholiques des Etats-Unis.

Association catholique de la santé, la "Catholic Health Association" (CHA), qui travaille à la base, dans la réalité concrète, rappelle que 31 millions des 47 millions d´Américains qui n´ont actuellement aucune couverture maladie, pourront être assurés en cas d´acceptation de la loi. C´est un grand gain du point de vue social.

Pour Soeur Carol Keehan, présidente de la CHA, c´est une "chance historique de faire de grandes améliorations dans la vie de si nombreux Américains". Certes, admet-elle, la loi n´est pas parfaite, et elle n´assurera pas tout le monde. "Mais c´est un premier pas majeur", poursuit-elle. Raison pour laquelle la religieuse demande aux parlementaires américains d´adopter rapidement la nouvelle législation. 
Des changements pourront y être apportés plus tard, estime la Soeur de la Charité.
Mais les évêques américains, rappelle le cardinal Francis George, considèrent par contre que les défauts de cette loi (en ce qui concerne l´avortement en certaines conditions) hypothèquent ce qu´il y a de bon dans la nouvelle législation. Ces défauts justifient le maintien de leur opposition.
"
in DEPECHES CATHOBEL - INTERNATIONAL

Porque razão há estas duas posições tão opostas em relação a esta possível "revolução social" nos EUA, caso a reforma da saúde proposta se torne realidade?
Vale a pena ver as razões de quem está a favor e de quem está contra.
Poderemos assim descobrir o que preocupa uns e o que preocupa os outros?
Felizmente Jesus deixou uma Igreja formada por uns e por outros!
Felizmente o Espirito de Deus continua actuar com a liberdade soberana de Jesus!
frei Eugénio

2010-03-16

A cada um a sua verdade III

No Reino Unido há agências de adopção católicas. O ano passado perderam em tribunal a batalha contra a legislação inglesa: são obrigadas a aceitar casais do mesmo sexo (ver notícia) ao abrigo da Sexual Orientation Regulation (nº 18).

Outro problema semelhante colocou recentemente também no Reino Unido a já aqui falada Equality bill. Um colunista no The Guardian - que classifica as opiniões da Igreja sobre homossexualidade como odiosas- diz que neste caso o Papa tem razão e Harriet Harman autora da lei está errada. É que segundo essa lei a Igreja Católica não pode recusar o emprego a um homossexual.

Tem sido sob este pano de fundo que se prepara a visitaido Papa a Inglaterra.

PS. Bem com este abalo dos escândalos de pedofilia, esta questão parece algo bizantina, mas o problema é interessante do ponto de vista dos fundamentos teóricos. Fica a questão.

2010-03-13

A luta continua...


Vale a pena ouvir e reflectir.

Reportagem de Manuel Vilas-Boas.

E se as mulheres fizessem greve na Igreja ? - TSF

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 14 de Março


"O regresso do filho pródigo", Rembrandt, 1662, The Hermitage, St. Petersburg

Lc 15,1-3. 11-32

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: "Este homem acolhe os pecadores e come com eles". Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:

"Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos.

Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.

Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Voume embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’.

Pôs-se a caminho e foi ter com o pai.

Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa.

Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’.

Disse o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrarnos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’".

2010-03-07

Let my people go: a propósito deste Domingo...



Sugestão de Manuel Clemente, bispo do Porto

Exodus 8:1

"And the LORD spake unto Moses, go unto Pharaoh, and say unto him,thus saith the LORD, Let my people go, that they may serve me."


When Israel was in Egypt's Land,

Let my people go,

Opressed so hard they could not stand,

Let my people go.


Go down, Moses,

Way down in Egypt's Land.

Tell ol' Pharoah,

Let my people go.


Thus saith the Lord, bold Moses said,

Let my people go,

If not, I'll smite your first-born dead,

Let my people go.

2010-03-06

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 7 de Março

Lc 13, 1-9
Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam. Jesus respondeu‑lhes: "Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo‑vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo‑vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante".
Jesus disse então a seguinte parábola: "Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá‑la. Porque há‑de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’ Mas o vinhateiro respondeu‑lhe: ‘Senhor, deixa‑a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar‑lhe em volta e deitar‑lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá‑la‑ás cortar no próximo ano".

2010-03-02

A cada uma sua verdade II

A fidelidade ao Evangelho de modo algum restringe a liberdade dos outros - pelo contrário antes serve a sua liberdade ao oferecer-lhes a verdade. Disse Bento XVI ao comentar legislação inglesa sobre igualdade (trata-se do Equality Bill, uma legislação para combater diversas desigualdades sociais).
Eis o busílis da questão. A liberdade, hoje, é para muita gente talvez o artigo de fé. E aqui o Papa coloca precisamente a questão da verdade acima da liberdade o que como diz Conor Gearty, professor de direito na London School of Economics, em artigo no The Tablet (edição de 13 de Fevereiro passado) é algo com que a cultura contemporânea não se dá muito bem. Quem tem razão?